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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Resumo das Ideias Pedagógicas do Livro de Moacir Gadot

http://www.slideshare.net/guest1a17a4/histria-das-idias-pedaggicas




1.

2. Gadotti

3.

o VLADIMIR ILICH LÊNIN (1870-1924)

o E stadista russo foi fundador do comunismo bochevista, do partido comunista da URSS e do primeiro estado socialista do mundo. Líder da revolução de 1917, gande estudioso do marxismo, escreveu vários livros sobre o assunto. Após a guerra civil na rússia, dirigiu a restauração da economia e orientou a transição da política de guerra para a nova política. A permanência de Lênin à testa do governo soviético foi extramamente curta. Em 1923 uma doença forçou-o ao mais absoluto repouso, e rovocou sua morte no ano sequinte.

o Atuou não apenas como importante teórico político que, soube o ponto de vista da corrente ordoxia do marxismo, completou as contribuições originais de Marx e Engels. Foi também um organizador ativo, tendo partipado da organização revolucionária que finalmente levou a revulação de outubro e 1917, da qual foi o maior líder.

o Lênin atribuiu grande importância à educação no processo de transformação social. Como primeiro revolucionário a assumir o controle de um governo, pode experimentar na prática a implantação das idéias socializadas na educação. Acreditando que esta deveria desempenhar importante papel na construção de uma nova sociedade, afirmava que mesmo a educação burguesa que tanto criticava era melhor que a ignorância. A educação pública deveria ser eminentemente política “ nosso trabalho no terreno do ensino é a mesma luta para derrotar a burguesia; declaramos publicamente que a escola à margem da vida, à margem da política, é falsidade e hipocrisia”.

PENSAMENTO PEDAGÓGICO SOCIALISTA HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

4.

o ANTON SEMIONOVITCH MAKARENKO (1888-1939)

o C onsiderado um dos maiores pedagogos soviéticos e um dos expoentes da história e da educação socialista, criou a talvez mais elaborada e completa proposta educacional comprometida com a construção dasociedade socialista, dentre todas as produzidas pela tradição revolucionária.

o De origem ucrâniana e operária, filho de ferroviário, em 1905 Makarenko concluiu o curso de pedagogia na escola pública de Krementchug, passando a dar aulas em escolas populares até 1914.

o Em 1927, quando aconteceu a Revolução Bolchevique, Makarenko terminava um curso no Instituto Pedagógico de Poltava e dirigia uma escola de ferroviários, desenvolvendo tabalhos políticos e pedagógicos junto à comunidade.

o Chamado pelo Comissariado do Povo para fundar, em 1920, uma colônia correcional para inúmeros delinquêntes e condenados e menores abandonados lecados pela Primeira Guerra Mundial e pela Guerra Civil (1918-1921), Makarenko viu-se frente a frente com o desafio da reducação socialista. A partir desta prática o educador formulou sua teoriapedagógica, abrangente e engajada. Ele próprio descreveu detalhadamente no

PENSAMENTO PEDAGÓGICO SOCIALISTA HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

5. ANTON SEMIONOVITCH MAKARENKO (continuação) Poema Pedagógico, sua principal obra, as experiências nesta instituição que se transformou numa escola concreta onde a prática diária, analisada a partir de suas concepções socialistas, lhe ensinaria mais que todas as teorias pedagógicas. Algumas das qualidades dos cidadão soviético que Makarenko queria formar foram: - um profundo sentimento do dever edareposabilidade para com os objetivos dasociedade; - um espírito de colaboração, solidariedade e camaradagem; - uma personalidade disciplinada, com grande domínio da vontade e com vistas aos insteresses coletivos; - algumas condições de atuação que impedissem a submissão e a exploração do homem pelo homem; - uma sólida formação política; - uma grande capacidade de conhecer os inimigos do povo. Makarenko procurou moldar o “novo homem”, que achava possível e necessário, para a Rússia pós-revolução. De humanista a militarista, ele recebeu todos os títulos, mas sua polêmica tornou-se ponto de referência dos educadores até hoje. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

6. ANTONIO GRAMSCI (1891-1937) M ilitante e comunista italiano, era filho de camponeses. Aos vinte anos foi para Turim e envolveu-se na luta dos trabalhadores. Em 1921 ajudou a fundar o Partido Comunista Italiano e se destacou na oposição a Mussolini. Preso em 8 de novembro de 1926, produziu na cadeia mais de três mil páginas nas quais, obrigado pela sensura carcerária, teve de inventar termos novos para camuflar conceitos que podiam parecer revolucionários demais aos olhos dos sensores. Gramsci morreu jovem, aos 46 anos, passando pelos os últimos 10 anos na cadeiae em regime de detenção em hospitais. Ligeiramente corcunda, desde criança sofreu terríveis males físicos e nervosos. As condições carcerárias, as doenças e a solidão o levaram à morte precoce. A repressão facista o impediu de prosseguir a ação política. Separado da mulher e dos filhos, que viviam na URSS, sofreu de inúmeras crises de melancolia. O Partido Comunista virou-lhe as costas. Mas, apesar das condições adversas, penetrou a realidade com sua realidade e construiuum conjunto de princípios originais, ultrapassando na linha de pensamento marxista as fronteiras até então fixadas por Marx, Engels e Lênin. PENSAMENTO PEDAGÓGICO SOCIALISTA HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

7. O princípio educacional que mais presou foi a capacidade de as pessoas trabalharem intelectual e manualmente numa organização educacional única ligada diretamente às instituições produtivas e culturais. Segundo ele, para neutralzar as diferenças devidas à procedência social, deviam ser criadas serviços pré-escolares. A escola deveria ser única, estabelecendo-se uma primeira fase com o objetivo de formar uma cultura geral que humanizasse o trabalho intelectual e manual. Na fase seguinte, prevaleceria a participação do adolescente, fomentando-se a criatividade, a autodisciplina e a autonomia. Depois viria a fase de especialização. Nesse processo, tornava-se fundamental o papel do pofessor que deveria prepara-se para ser dirigente e intelectual. Para Gramsci, o desenvolvimentodo Estado comunista se ligava intimamente ao papel da escola comunista: a jovem geração se educaria na prática da disciplina social, para que a realidade comunista se tornasse um fato. ANTONIO GRAMSCI (continuação) HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

8. JOHN DEWEY (1859-1952) Filósofo, psicólogo e pedagogo liberal norte-americano, exerceu grande influência sobre toda pedagogia contemporânea. Ele foi defensor da Escola Ativa, que propunha a aprendizagem através da atividade pessoal do aluno. Sua filosofia da educação foi determinante para que a Escola Nova se propagasse por todo o mundo. Dewey praticou uma crítca contudente à obediência e submissão até então cultivadas nas escolas. Ele as considerava verdadeiros obstáculos à educação. Através dos princípios da iniciativa, originalidade e cooperação, pretendia liberar as potencialidades do indivíduo rumo a uma ordem social que, em vez de ser mudada deveria ser constantemente aperfeiçoada. Assim, traduzia para o campo da educação o liberalislo político-econômico dos Estados Unidos. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA ESCOLA NOVA HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

9. Embora vários aspectos da teoria de Dewey sejam similares à pedagogia do trabalho, seu discurso apresentava-se bastante genérico, não questionando as raízes da desiqualdades sociais. Dewey privilegiava o aspecto psicológico da educação, em prejuízo da análise da organização capitalista da sociedade, como fator essencial para a determinação da estrutura educacional. Apesar de suas posições político-ideológicas, Dewey construiu idéias de caráter progressista, como o autogoverno dos estudantes, a discussão sobre a legitimidade do poder político, além da defesa da escola pública e ativa. Princípais obras: Vida e Educação, Democracia e educação, Escola e Sociedade e Experiência e educação. JOHN DEWEY (continuação) HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

10. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA ESCOLA NOVA MARIA MONTESSORI (1870-1952) N ascida na Itália, chegou à Pedagogia por caminhos indiretos. Primeira mulher de seu país a doutorar-se em medicina, seus múltiplos interesses levaram-na a estudos diversos. Dedicou-se inicialmente às crianças deficientes, depois às crianças ”normais”. Em 1909 ela publicou os princípios básicos de seu método. Em síntese: ela propunha despertar a atividade infantil através do estímulo e promover autoeducação da criança, colocando meios adequados de trabalho à sua disposição. O educador, portanto, não atuaria diretamente sobre a criança, mas ofereceria meios para a sua autoformação. Maria Montessori sustentava que só a criança é educadora da sua personalidade. Seu método empregava um abundante material didático (cubos, prismas, sólidos, bastidores para enlaçar caixas, cartões, etc), destinado a desenvolver a atividade dos sentidos. Esse material tem o caráter peculiar de ser autocorretor. Maria Montessori morreu na Holanda. Sua didática influenciou o ensino pré-escolar em vários países do mundo. A teoria pedagógica montessoriana é divulgada pela Association Montessori Internationale , sediada em Amsterdan, na Holanda, que realiza anualmente congressos internacionais e organiza centros de treinamentos Montessori em diversos países para a formação de professores especializados no método da pedagoga italiana. Principais obras: Pedagogia Científica; A criança e etapas da educação .

11. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA ESCOLA NOVA ÉDOUARD CLAPARÈDE (1873-1940) Psicólogo e pedagogo suíço, influenciou decididamente os modernos conceitos de educação, exercendo papel pioneiro no movimento renovador de escala contemporânea. Claparède repetiu na Europa a atuação de John Dewey; ambos, no cenário educacional da primeira metade deste século, foram os maiores expoentes da Pedagogia da Ação. Iniciou em 1901 a publicação dos Arquivos de psicologia . Ali, sua conceituação de “interesse”, marcadamente biológica, começou a acentua-se. A síntese de seu trabalho de psicologia da Universidade de Genebra e no seminário de Psicologia pedagógica foi apresentada no livro Psicologia da criança e Pedagogia experimental . Em 1912, Claparède fundou o Instituto de Ciências Educativas de Jean-Jacques Rosseau, em Genebra, que se tornaria famoso mais tarde graças à obra do psicólogo Jean Piaget. Para Claparède, a pedagogia devia basear-se no estudo da criança, assim com a horticultura se baseia no conhecimento das plantas. Fundamentando se pensamento em Rousseau, ele dizia que infância é um conjunto de possibilidades criativas que não deve ser abafada. Todo ser humano tem necessidade vital de saber, de pesquisar, de trabalhar. Essas necessidades se manifestam nas brincadeiras, que não são apenas uma diversão, mas um verdadeiro trabalho. A criança leva muito a sério porque representa um desafio. Claparède chegou a elaborar uma verdadeira teoria do brinquedo. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

12. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA ESCOLA NOVA ÉDOUARD CLAPARÈDE (continuação) Segundo o pedagogo suíço, a educação deveria ter como eixo a ação e não apenas a instrução pela qual a pessoa recebe passivamente os conhecimentos. Claparède criou então um método, denominado educação funcional, que procurava desenvolver as aptidões individuais e encaminhá-las para o interesse comum, dentro de um conceito democrático de vida social. Nenhuma sociedade, lembrava ele, progrediu devido à redução das pessoas a um tipo único, mas sim devido a diferenciação. Éduard Claparède nasceu e morreu em Genebra. Ali formou-se em medicina, ocupando depois a cátedra de Psicologia na universidade local. Também estudou em Paris e Leipzig. Principais obras: Arquivos de Psicologia (1901), A escala sob medida (1921), A educação funcional (1931) e Como diagnosticar as aptidões nos escolares (1933). HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

13. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA ESCOLA NOVA JEAN PIAGET (1896-1980) P sicólogo, suíço, ganhou renome mundial com seus estudos sobre os processos de construção do pensamento nas crianças. Ele e seus colaboradores publicaram mais de 30 volumes a esse respeito. Piaget recebeu o grau de doutor em ciências natuais em 1918. a partir de 1921 passou a estudar psicologia da criança no Instituto Jean-Jacques Rousseau, em Genebra. Tornou-se professor de psicologia na Universidade de Genebra e em 1955 fundou o Centro de Estudos de Epistemologia Genética. Piaget divide os períodos de desenvolvimento humano de acordo com o aparecimento de novas qualidades do pensamento, o que por sua vez interfere no desenvolvimento global: 1-sensório-motor (0 a 2 anos); 2- pré-preratório: (2 a 7 anos), a criança desenvolve certas habilidades, como a linguagem e o desenho; 3-operações concretas (7 a 11 ou 12 anos), a criança começa a pensar criticamente; 4- operações formais: (11 ou 12 anos em diante), quando a criança começa a lidar com abstarções e racionar acerca do futuro. Segundo Piaget, cada período é caraterizado por aquilo de melhor o indivíduo conseque fazer nessas faixas etárias. Todos os indivíduos passam por essas fases ou períodos, nessa sequência, porém o início e o término de cada uma delas dependem das características biológicas do indivíduo e de fatores educacionais, sociais. Portanto, a divisão nessas faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida. A crítica de Piaget à escola tradicional é ácida. Segundo ele, os sistemas educacionais objetivam mais acomodar a criança aos conhecimentos tradicioanais que formar inteligências inventivas e críticas. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

14. PENSAMENTO PEDAGÓGICO FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIALISTA MARTIN BUBER (1978-1966) Nascido em Viena e falecido em Jerusalém, é considerado o mais importante filósofo da religião do nosso tempo. Mediador entre o judaísmo e o cristianismo, foi um dos mais notáveis representantes contemporâneos do existencialismo. Pensador liberal, produziu obras que representam uma extraordinária contribuição para a reconciliação entre religiões, povos e raças. Sobre sua concepção pedagógica destacam-se três pontos principais. O ponto de partida representa a encontro direto entre os homens, o relacionamento entre eles, o diálogo entre ‘eu e tu’. Segundo ele, a educação é exclusivamente de Deus, apesar de seu discurso humanístico sobre o educador como ‘formador’ ou sobre a ‘forças criativas das crianças’. Finalmente, para o pensador, a liberadade, no sentido de independência, é sem dúvida um bem valioso. Mas não é o mais elevado. Quem a considera como valor supremo, sobretudo com objetivos educacionais, perverte-a e a transforma em droga que, com a ausência de compromisso, gera a solidão. Principais obras: A vida em diálogo; Eu e Tu. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

15. PENSAMENTO PEDAGÓGICO FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIALISTA JANUSZ KORCZAK (1878-1942) O nome real era Henryk Goldszmit, era um judeu polonês, nascido em Varsóvia em uma família patriota, apaixonada pela língua e pela cultura polonesa. Ele foi pouco praticante da religião, mas não renegou o judaísmo. Consagrou sua vida à luta e pela justiça e pelos direitos da criança. Dedicou-se de corpo e alma ao orfanato da Rua Krochmalna 92, em Varsóvia, da qual foi diretor, médico e professor. O jornal popular “Nasz Przeglond” (“Nosso Jornal”), em 1906, convidou-o para preparar uma edição infantil. Korczak criou então o jornalzinho “Maly Przeglond” (“Pequena Revista”), na qual só crianças escreviam para crianças. Ainda estudante iniciou sua obra literária e continuou a escrever até o trágico final de sua vida. Seus livros são para e sobre a criança. E sua práxis pedagógico-educacional deu início a uma revisão de métodos, estrutura da escola, relação professor-aluno e pais-filhos. Janusz Korczak tornou-se mito, por sua dedicação às crianças. Em 1942, os nacistas ocupantes da Polônia, lhe ordenaram que conduzisse seus pequenos para a morte, prometendo-lhe um salvo conduto após a “tarefa”. Ele recusou, amparado nos braços de dois meninos, acompanhou seus duzentos “filhos” até as câmaras de gás do campo de extermínio Treblinka, onde todos morreram. Principais obras: Quando eu voltar a ser criança; Como amar uma criança e O direito da criança ao respeito. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

16. PENSAMENTO PEDAGÓGICO FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIALISTA GEORGES GUSDORF (1912) Filósofo francês, nasceu em Bordeaux. De 1852 até 1977 foi professor da Universidade de Estrasburgo. Combateu o regime nazista e foi prisioneiro de guerra entre 1940-1945. no campo de concentração organizou uma universidade com um pequeno grupo de intelectuais; nesse período também escreveu o livro A descoberta de si mesmo . Foi ainda na prisão que elaborou sua tese, defendida em 1948, sobre a “experiência humana do sacrifício”. A principal educativa de Gusdorf, Professores, para quê? , foi escrita em 1963. Nesse livro, ele se pergunta se ainda há lugar para o professor em plena era da televisão e dos meios modernos de comunicação. Diante de uma instrução de massa, ele terminava por reafirmar a relação cotidiana e bipolar de pessoa a pessoa entre mestres e discípulos. Para ele, todos os meios pedagógicos não produziram a comunicação, se entre professor e aluno não existir a igualdade de condições e reciprocidade que caracterizam o diálogo. Mestres e discípulos estão sempre em busca da verdade, e é desta relação com a verdade que nasce a autoridade do mestre: denuncia as universidades modernas porque se perdem na preocupação quantitativa da eficiência e especialização. De acordo com o filósofo, a pedagogia fundamenta-se na antroplogia: o homem precisa da educação porque ele é essencialmente inacabado. Gusdorf valoriza na antropologia o estudo do mito e da linguagem: o homem se diferencia do animal porque fala. Principais obras: A palavra; A universidade em questão e Professores, para quê? . HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

17. PENSAMENTO PEDAGÓGICO FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIALISTA CLAUDE PANTILLON (1938-1980) Nasceu na Suíça, em 1938. Depois de ter concluído seu barachelado na Sorbonne (1956), prosseguiu seus estudos em Paris, onde teve a chance de acompanhar os grandes mestres do momento: Piaget, Deleuze, Gaston e Suzanne Bachelard e Ricouer. Licenciou-se em psicologia, filosofia e sociologia, sob a orientação de Paul Ricouer. Desde 1961, instalou-se em Genebra, onde repatiu seu tempo entre o magistério na universidade e o centro de epistemologia genética. Em 1974, criou o Centro de Filosofia da Educação, com o seu assitente Moacir Gadotti, antes de tudo, lugar de encontros, de abertura, de reflexões fundamentais sobre educação e novos questionamentos. Pantillon dirigiu com seu entusiasmo e sua energia, o Centro até a sua morte em 7 de fevereiro de 1980. Principais obras: Une philosophi de l’éducation. Pour que faire ? ; Changer l’éducation. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

18. PENSAMENTO PEDAGÓGICO ANTIAUTORITÁRIO CÉLESTIN FREINET (1896-1966) Nasceu na França e foi um dos educadores que mais marcou a escola fundamental de seu país neste século. Atualmente, suas idéias são estudadas em várias partes do mundo, da pré-escola à universidade. Freinet lutou na Primeira Guerra Mundial e foi ferido na altura do pulmão, o que lhe trouxe sérias consequências. Falava baixo e cansava-se logo. Esse problema levou-o a buscar novos modos de se relacionar com os alunos e de conduzir o trabalho na escola. Ele afirmava a existência de uma dependência da escola e o meio social, de forma a concluir que não existe uma educação ideal, só uma educação de classes. Daí sua opção pela classe trabalhadora e a necessidade de tentar uma experiência renovadora do ensino. Em seu livro Educação pelo trabalho, sua principal obra, Freinet apresentou um confronto entre a escola tradicional e a escola proposta por ele, onde o trabalho tinha posição central, como metologia. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

19. PENSAMENTO PEDAGÓGICO ANTIAUTORITÁRIO CARL RANSOM ROGERS (1902-1987) Psicólogo norte-americano, formou-se na universidade de Columbia (New York), onde especializou-se em problemas infantis. De 1935 a 1940, Rogers lecionou na universidade de Rochester; baseado em sua experiência escreveu O Tratamento Clínico da Criança Problema. Já então considerava desejável que o próprio cliente dirigisse o processo terapêutico. Essa abordagem revolucionária e polêmica foi desenvolvidano livro Aconselhamento e Psicoterapia (1942). Como professor de psicologia na universidade de Chicago, pôs em prática suas idéias, cujo resultados foram avaliados no livro Psicoterapia e Alteração na personalidade (1945). Finalmente, em Terapia Centrada no Cliente (1951), Carl Rogers fez uma exposição geral do seu método não-diretivo, bem como suas plicações à educação e a outros campos. De 1962 até a sua morte, atuou no Centro para Estudos da Pessoa, em La Jolla (EUA). HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

20. PENSAMENTO PEDAGÓGICO ANTIAUTORITÁRIO CARL RANSOM ROGERS (continuação) Para Rogers o aconselhamento tem como finalidade e eliminação da inconsciência entre o autoconceito e a experiência pessoal – raiz das dificuldades psicológicas do ser humano. Isso facilita o amadurecimento emocional, a aquisição da autonomia e as possibilidades de auto-realização. O desempenho do conselheiro consistiria então na aceitação autêntica e na clarificação das vivências emocionais expressas pelo cliente. Logo, ele deve criar no curso da entrevista uma atmosfera propícia para que o próprio cliente escolha os seus objetivos. O uso dos testes psicológicos e a elaboração de diagnóstico se tornariam irrelevantes. Rogers também transporia para a educação a sua concepção terapêutica. Principais obras: Tornar-se pessoa e De Pessoa a Pessoa. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

21. MICHEL LOBROT Pedagogo francês, discípulo de Celestin Freinet, influenciado pelas teorias psicanalíticas de Freud, lecionou em Vicennes e na Universidade de Genebra. Lobrot propunha a “autogestão política”, terapêutica social e, como diz o título de um de seus livros, uma “Pedagogia institucional” para modificar as instituições pedagógicas existentes. Esta atitude permitiria alterar as mentalidades, tornando-as abertas e autônomas para, a seguir, modificar as instituições da sociedade. Assim, a pedagogia instituicional proposta por Lobrot tem um objetivo político claro, na medida em que entende autogestão pedagógica como preparação para autogestão política. Ao colocar o problema da autoridade na educação, as relações entre a liberdade e a coerção, Lobrot acredita que apenas a escola pode tornar as pessoas menos dependentes. Seu objetivo é desencadear, a partir de um grupo professor – aluno e no perímetro da sala de aula, um processo de transformação da instituição escolar, e daí um processo de transformação da própria sociedade. Michel Lobrot, o professor é um consultor a serviço do grupo sob questões de método, organização ou conteúdo: o professor renuncia ao exercício de sua autoridade, ao poder, à palavra, e se limita a oferecer seus serviços, sua capacidade aos melhores do grupo. Sua intervenção se situa em três níveis: PENSAMENTO PEDAGÓGICO ANTIAUTORITÁRIO HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

22. MICHEL LOBROT (continuação ) Como monitor do grupo de diagnóstico; ajuda ao grupo a desenvolver-se como tal; auxilia o desenvolvimento de um clima grupal em que seja possível aprender; auxilia a superar os obstáculos para aprender que estão enraizados no indivíduo e na situação grupal; ajuda o coletivo a descobrir e utilizar os diferentes métodos de pesquisa, ação, observação e feedback; Como técnico de organização; Como pesquisador ou sábio que possui conhecimento e tem a capacidade de comunicá-lo. A tarefa do professor seria as forças instituintes do grupo; essa forças construiriam novas instituições (ou contra-instituições, conforme Lapassade), que funcionaria como analisadores, revelando os elementos ocultos do sistema institucional. Outros pedagogos desenvolveram a pedagogia institucional. Entre eles, Fernand Oury e Aida Vasquez, de orientação freudiana. Eles se apoiavam mas nas técnicas de Freinet do que na não-diretividade rogeriana, preferida por Lobrot. Principais obras: A Pedagogia Institucional e A favor ou contra da autoridade? HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti PENSAMENTO PEDAGÓGICO ANTIAUTORITÁRIO

23. PENSAMENTO PEDAGÓGICO CRÍTICO BOURDIEU-PASSERON (1930) Sociologo francês, lecionou na escola prática de altos estudos, em Paris. Além de seus trabalhos sobre etnologia e de seuas investigações teóricas sobre sociologia, Bourdieu dirigiu, com Jean-Claude Passeron, o Centro de Sociologia Européia, que pesquisa os problemas da educação e da cultura na sociedade contemporânea. O ponto de partida para a sua análise é a relação entre o sistema de ensino e o sistema social. Para Bourdieu, a origem social marca de maneira inevitável e irreversível a carreira escolar e, depois, profissional, dos indivíduos. Essa origem social produz primeiro o fenômeno de seleção: as simples estatísticas estatísticas de possibilidades de ascender ao ensino superior, segundo a categoria social de origem, mostra que o sistema escolar elimina de maneira contínua uma forte proporção das crianças saídas das classes populares. No entanto, segundo os pesquisadores franceses, é um erro explicar o sucesso e o fracasso escolar apenas pela origem social. Existem outras causas que eles designam pela expressão “herança cultural”. Entre as vantagens que os “herdeiros” possuem, deve-se mencionar o maior ou o menor domínio da linguagem. A seleção intervem quando a linguagem escolar é insuficiente para o “aproveitamento” do aluno. E este fenômeno atinge prioritariamente as crianças de origem social mais baixa. As que têm êxito são as que resistiram por diversas razões, à laminagem progressiva da seleção. Mantendo-se no sistema de ensino, elas provam ter adquirido um domínio da linguagem ao menos igual ao dos estudantes saídas das classes superiores. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

24. BOURDIEU-PASSERON (continuação) Finalmente, para Bourdieu e Passeron, a cultura das classes superiores estaria tão próxima da cultura da escola que a criança originária de um meio social inferior não poderia adquirir senão a formação cultural que é dada aos filhos da classe culta. Portanto, para uns, a aprendizagem da cultura escolar é uma conquista duramente obtida; para outro, é uma herança “normal”, que inclui a reprodução das normas. O caminho a percorrer é diferente, conforme a classe de origem. Principais obras dos autores: Les Héritiers, les étudiants et la culture; A reprodução; elementos para uma teoria do sistema de ensino . HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti PENSAMENTO PEDAGÓGICO CRÍTICO

25. PENSAMENTO PEDAGÓGICO CRÍTICO BAUDELOT-ESTABLET Christian Baudelot e Roger Establet são professores de sociologia da educação na França. Eles demonstraram que a chamada “escola única” não pode ser “única” numa sociedade de classes. A cultura aí transmitida e eleborada não é uma só. Tudo o que se passa na escola é atravessado pela divisão na sociedade. A escola não é uma ilha de pureza e harmonia num mundo em conflito. Os fins da educação não são apenas diferentes, mas opostos e antagônicos. Esses autores tiveram o mérito de nos desvendar a ilusão da unidade da escola. Eles desenvolveram os temas da divisão, da segregação e do antagonismo que condicionam os resultados finais do aluno, os conteúdos e as práticas escolares. É a divisão social do trabalho a responsável pelo insucesso em massa da imensa maioria que inicia a escolaridade e não consegue prosseguir. A escola, o aluno, o professor não são os responsáveis, os réus, mas as vítimas. Por isso, não se pode compreender a escola se não for relacionada com a divisão da sociedade. É impossível ignorar que a escola está dividida. Principal obra: A escola capitalista na França. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

26. PENSAMENTO PEDAGÓGICO CRÍTICO HENRY GIROUX Foi professor secundário, doutorou-se no Carnegie-Mellon Institute (EUA) e lecionou na universidade de Boston e na Miame University (Ohio). Definindo-se como socialista democrático, Giroux se dedicou da sociologia da educação, da cultura, da alfabetização e da teoria do currículo. Em seu livro Teoria crítica e resitência em educação Giroux propôs uma visão “radical” da educação, inspirada na escola de Frankfurt, integrando e superando as posiçõe neomarxistas da teoria de reprodução de Althusser, Bourdieu, Passeron, Samuel Bowles e Herbert Gintis. Incorporou as idéias Gramsci numa síntese de todas essas posições, focalizando o conceito de resistência. O aspecto mais marcante de Giroux parece ser o tratamento dialético dos dualismos entre a ação humana e estrutura, conteúdo e experiência, dominação e resistência. A escola é analisada como um local de dominação e reprodução, mas que ao mesmo tempo permite às classes oprimidas um espaço de resistência. Giroux apresenta seu trabalho como uma visão de esperança e de possibilidades ao invés do desespero comumente apresentado pelos autores de esquerda. Outras obras do autor: Critical pedagogy, the state, and cultural Stingle (1989), em co-autoria com Peter Mclaren; Postmodern Education : politics, culture and Social criticism (1991), em co-autoria com Stanley Aronowitz. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

27. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO AMÍLCAR CABRAL (1924-1973) Nasceu na Guiné “Portuguesa”, onde viveu sua infância. Terminou brilhantemente o liceu, conquistando o direito a uma bolsa de estudos universitários no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa. Depois de ter concluído o curso de agronomia, partiu para Guiné Bissau, onde ocupou o cargo de engenheiro agrônomo. Pela independência da Guiné e das Ilhas de Cabo Verde, Cabral lutou durante todaa sua vida. Deixou obra que comportam vários domínios: o político e o ideológico, a estratégia militar, o desenvolvimento social, o processo de formação nacional e as relações internacionais. Inserindo a teoria e a prática do combate libertador numa perspectiva revolucionária de transformação global da sociedade, Almílcar Cabral deixou-nos uma contribuição dinâmica ao aprofundamento dos debates ideológicos que caracterizam nossa época. Almílcar Cabral foi assassinado em 20 de janeiro de 1973 por agentes dos colonialista português que tinha a pretenção de controlar o povo para que não houvesse a revolução. Ao contrário do que supõe os organizadores, o povo prosseguiu a luta iniciada por Cabral e conquistou sua liberdade em 24 de setembro de 1973. Principais obras: A arma da teoria e A prática Revolucionária. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

28. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO JULIUS K. NYERERE Em 1961, logo depois de sua independência, a Tanzânia passou por uma revolução educacional na qual o presidente do país, Julis K. Nyerere, teve um papel bastante importante. Baseado no denominado “Self-reliance programme” (Programa de autoconfiança), presidente Nyerere resolveu investir maciçamente em educação. Em apenas seis anos, o país duplicou o número de escolas. A nova filosofia educacional baseava-se no resgate da autoconfinaça de cada criança e de cada cidadão, através do estudo de sua cultura, moral e história. Os educandos deveriam ser formados para participar tivamente da nova sociedade socialista que se instalou após a independência. As aspirações educacionais foram implementadas como garantias que se tivessem uma melhoria quantitativa e qualitativa do ensino, aliada à elevação da qualidade de vida do cidadão. O primeiro estágio foi garantir que cada professor tivesse clareza das implicações educacionais dessa nova flosofia.foram organizados ceminários a nível nacional, envolvendo todas as pessoas ligadas direta ou indiretamente à educação, bem com representantes de organizações de outra natureza. Uma das mudanças mais radicais foi o resgate e adoção do idioma nativo, o “suvahili”, como língua oficial. Para isso, foi necessário confeccionar novos materiais pedagógicos, o que envolveu os mais diversos segmentos da sociedade, no esforço para se resgatar a autonomia cultural. Para que o pragrama “Self-reliance” fosse implantado, foi necessário a construção de uma nova consciência nacional onde não apenas os profesores mais todos os cidadãos, muito mais através de seus exemplos do que de suas palavras, contribuíssem na formação dos jovens e crianças tranzaneses. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

29. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO ANTONIO FAUNDEZ (1938) Nasceu no Chile. Graduou-se em filosofia pela universidade de Concepcíon, onde mais tarde veio a lecionar e dirigiu o departamento e filosofia. Exilado político desde o golpe de estado em 1973, Faundez doutorou-se em socilogia e semiologia das artes e literatura pela escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris (1981). É especialista em sociologia da cultura e da educação. No Brasil, participou de vários congressos, nos quais falou em especial sobre Educação de Adultos na África, onde trabalhou em diversos países, principalmente, nos de língua portuguesa. A proximidade entre pensamento pedagógico e o latino-americano é muito grande. No caso de Antonio faundez poderíamos dizer que seu pensamento é afro-latino-americano. Atualmente é consultor no Centro de Estudos de Educação de países em Desenvolvimento, em Haia, na Holanda e secretário executivo, IDEA – Instituto para o Desenvolvimento de Educação de Adultos. Entre suas obras estão: Por uma pedagogia da pergunta , discussão entre Antonio Faundez e Paulo Freire; Oralidade e escrita . HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

30. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO FRANCISCO GUTIÉRREZ (1928) Nasceu na Espanha. Ainda jovem, veio para a América Latina, onde terminou seus estudos secundários e superiores. Sua tese de graduação fala sobre “educação do espectador cinematográfico” tema que será como um fio condutor de suas atividades em diferentes países latino-americanos, especialmente nos países latino-americanos, especialmente na Colômbia, Panamá, na Costa Rica e no Peru. Licenciado em Ciências da Educação, logo obtém pós-graduação em estética e história cinematográfica. Em 1969, estuda na França, com uma bolsa do governo Francês, temas como os meios de comunicação e a pedagogia da linguagem total . Nos últimos anos tem se dedicado à investigação e à colocação em prática da pedagogia da linguagem total em vários países da América Latina. Vive atualmente na Costa Rica e assessora experiências de linguagem total . Obras publicadas: El lenguaje total (1972), Hacia una pedagogia basada em nuevos lenguajes de los medios de comunicación social (1972), Total language, a new approach to education (1973), El lenguaje total: vocabulario (1972). HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

31. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO ROSA MARIA TORRES Pedagoga e linguista equatoriana, tem tido grande atuação dentro do campo da educação popular: participou de projetos de alfabetização e educação popular em mais de um país da América Latina, inclusive na Nicarágua pós-revolucionária; dedicou-se a assessoria, sistematização e avaliação de experiências, tendo reproduzido reconhecidas contribuições teóricas e práticas. Em seu ensaio Discurso e prática em educação popular , publicado no Brasil em 1988, a pedagoga critica a distância entre o que se dizser educação popular e o que ela tem sido realmente. No discurso, a educação das massas é sempre alvo d promessas e esperanças, é sempre apontada como a solução para os problemas do país. Na prática, entretanto, a educação pública nunca é priorizada, existe em condições adversas e ainda está longe de universalizar-se. Obras mais importantes: Nicarágua: revolución popular; Educación popular e Educación popular: un encontro com Paulo Freire . HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

32. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO MARIA TERESA NIDELCOFF Educadora argentina. Desenvolveu suas atividades práticas com crinaças da classe trabalhadora no bairros operários de Buenos Aires. Sua obra visou formar educadores engajados, que denominava “professores-povo”, contrapondo-se à formação do educador tradicional (“neuto”) e ao educador das classes dominantes que denominava “professor-policial”. Procurava substitutir a atitude “policialesca e castradora” desde por uma atitude criativa de “engajamento” na cultura do educando do “professor-povo”. Para ela os professores podem e devem constituir-se em elementos da mudança numa sociedade preocupada em manter as coisas como estão. Para isso, a mudança de atitude e uma compreensão concreta da realidade local e da escola por parte do magistério são fundamentais. Nildelcoff afirma que a escola “real”, em que os estudantes vivem suas experiência pedagógicas concretas, é substancialmente diferente da escola “teórica” projetada pelos donos do poder para preservar e reproduzir as normas socais vigentes. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

33. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO MARIA TERESA NIDELCOFF (continuação) Diante da “massificação” da pedagogia e da sociedade ela propõe que os profesores comecem a atuar com maior participação no processo educativo e iniciar a criação de uma didática que surja deles mesmos, que interrompa o processo de depersonalização da educação e, acima de tudo, possa começar a ser aplicada agora, sem esperar que as coisas mudem para que as mudanças internas possam acontecer. A obra de Nidelcoff situa-se entre aquelas que buscam o estudo da própria realidade como técnica de transformação e mudança. Principais obras: Uma escola para o povo ; A escola e a compreensão da realidade e As ciências sociais na escola . HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

34. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO EMILIA FERREIRO É argentina radicada no México desde 1967. Doutorou-se em psicologia pela universidade de Genebra. Foi orientanda e colaboradora de Jean Piaget. Há mais de 10 anos desenvolve trabalhos sobre a psicogêse da língua escrita. Foi professora em inúmeras universidadeslatino-americanas e européias. Atualmente exerce a função de professora titular do centro de pesquisa de estudos avançados do Instituto Politécnico Nacional do México e trabalha como pesquisadora do Centro de Internacional de Epistemologia Genética. A teoria de Emilia Ferreiro nasce do bojo da América Latina, onde a evasão e retenção progridem de forma alarmante. Como uma importante saída para esta problemática, Emilia Ferreiro repensa o processo de aquisição da escrita e da leitura. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

35. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO EMILIA FERREIRO (continuação) A autora pesquisou a psicogênese da língua escrita, verificando que as atividades de interpretação e da produção da escrita começam antes da escolarização, e que a aprendizagem dessa escrita se insere em um sistema de concepções, elaborado pelo próprio educando, cujo aprendizado não pode ser reduzido a um conjunto de técnicas perceptivo-motoras. Principais obras: Los procesos constructivos de apropriación de la escritura (1982) , Psicogênese da língua escrita; Alfabetização em processo (1986), Reflexões sobre alfabetização (1985). Outra educadora argentina, ANA TEBEROSKY (1943), vem acompanhando o estudo e a pesquisa de Emilio Ferreiro na Espanha. Para elas o uso de cartilha na alfabetização é obsoleto, pois a criança já dispõe de conhecimento sobre a escrita antes de entrar na escola. É a partir desses estágios de conhecimentos que o educador deve desenvolver sua prática pedagógica. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

36. PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO JUAN CARLOS TEDESCO É um dos mais respeitados sociólogos educacionais da América Latina. Nasceu na Argentina, foi professorda Universidade de La Prata, na Argentina, e da Flacso (Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais). Foi também diretor do escritório regional da Unesco, com sede em Santiago, no Chile. Atualmente é diretor do Bureau Internacional de Educação da Unesco, com sede em Genebra, na Suíça. Os estudos de Juan Carlos Tedesco o levaram à conclusão que a qualidade da educação e seu maior ou menor dinamismo e eficiência não têm relação direta com seu caráter público ou privados dos estabelecimentos de ensino, e sim com a capacidade de levar à frente uma gestão autônoma. Entre os seus livros destacamos: El desafio educativo e Sociedade da eduação (1983). HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

37. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO FERNANDO DE AZEVEDO Educador, sociólogo e humanista brasileiro. Nasceu em São Gonçalo do Sapucaí, em Minas Gerais, e faleceu em São Paulo. Foi professor desociologia na Universidade de São Paulo, de cuja faculdade de filosofia foi o diretor. Como diretor do Departamento de Educaçãodo Estado de São Paulo promoveu várias reformas pedagógicas. Membro de diversas associações científicas, brasileiras e estrangeiras, Fernando de Azevedo atuou como especialista da Unesco para a Educação na América Latina. Em 1967 foi eleito da academia brasileira de letras. Inclinado inicialmente para os estudos clássicos, firmou depois sua reputação como sociólogo e educador especialmente a partir da reforma do sistema escolar do Rio de Janeiro. Principais obras: A educação pública em São Paulo ; A educação e seus problemas ; Cultura brasileira e A educação entre dois mundos. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

38. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO MANOEL BERGSTROM LOURENÇO FILHO (1897-1970) Nasceu em São Paulo e faleceu no Rio de Janeiro. Em 1922, comissionado diretor da Instituição Pública, realizou uma reforma geral no ensino, por solicitação do governo do Ceará, considerada um dos movimentos pioneiros da Escola Nova no país. Em 1927 fundou o Liceu Nacional Rio Branco, onde organizou e dirigiu a escola experimental, participou da fundação da Sociedade de Educação e do Instituto de OrganizaçãoRacional do Trabalho. Em 1938 foi convidado pelo ministro Gustavo Capanema para organizar e dirigir o INEP. Em 1940, publicou o livro Tendências da educação brasileira . Em 1941, presidiu a Comissão Nacional do Ensino Primário, organizou e secretariou a I Conferência Nacional de Educação. Em 1944, fundou no INEP a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Em 1947, ocupou pela segunda vez a dieção do Departamento Nacional de Educação; organizou e dirigiua campanha nacionalde educação de adultos, primeiro movimento de educação popular de iniciativado governo federal. Em 1948, presidiu a comissão designada para elaborar o anteprojeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

39. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO MANOEL BERGSTROM LOURENÇO FILHO (continuação) Traça importante do pensamento e da açãode Lourenço Filho é o da inovação. Muitas vezes, foi pioneiro (assinou, inclusive, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932) e destacadamente um reformador ou modernizador. Em seu pensamento, desde os anos 20, o ensino primário foi preocupação central. Entre suas obras, destacamos: Introdução ao Estudo da Escola Nova (1929), Tendências da Educação brasileira (1940) e Organização e administração escolar (1963). HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

40. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO ANÍSIO TEIXEIRA (1900-1971) As idéias de Anísio Teixeira influenciaram todos os setores de educação no Brasil e mesmo o sistema educacional da América Latina. Entre outras contribuições pode-se citar o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, em Salvador (BA), primeira experiência no Brasil de promover a educação cultural e profissional de jovens. Anísio Teixeira nasceu em Caieté (BA). Foi inspetor-geral de ensino e diretor-geral da Instrução Pública da Secretaria do Interior, Justiça e Instrução Pública da Bahia. Esteve nos EUA pesquisando sobre a educação desse país e formou-se em educação na Universidade de Colúmbia, tornando-se discípulo e amigo do filósofo e educador norte-americano John Dewey. Em 1935 tornou-se secretário da Educaçãoe Cultura do Distrito Federal, lançando um sistema de educação global do primário à universidade. Foi ainda membro do Conselho Federal de Educação, reitor da universidade de Brasília e recebeu o título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Morreu no Rio de Janeiro. Principais obras: Educação Pública: organização e administração (1935), Educação não é privilégio (1956), Educação é um direito (1967) e Pequena introdução à filosofia da educação (8.ed. em 1978). HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

41. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO ROQUE SPENCER MACIEL DE BARROS (1927) Nascido no interior de São Paulo, onde fez estudos primários e secundários. Cursou filosofia na Universidade de São Paulo. Nessa instituição passou sua vida profissional como professor na área de história e filosofia da educação, até aposentar-se em 1984. Além de professor, escreve para o jornal O Estado de São Paulo , com o qual se liga e se identifica profundamente. Foi chefe do Departamento de Educação, diretor da Faculdade de Educação, membro do conselho universitário. Participou da reforma da USP e da reforma universitária, ambas em 1968. Participou ativamente da Campanha em Defesa da Escola Pública, em 1959. roque Spencer é pessismista em relação à educação brasileira. Tem afirmado que a decadência qualitativa do ensino, a falta de educação dos estudantes, a mediocridade e os movimentos grevistas o levaram a aposentar-se cedo. Afirma-se com satisfação como um liberal; seu liberalismo é, sobretudo, um compromisso de coerência consigo mesmo, isto é, com um pensamento filosófico que não se propõe a ser uma possível solução política para o futuro, nem uma resposta aos problemas concretos da sociedade em que vivemos. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

42. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO ROQUE SPENCER MACIEL DE BARROS (continuação) Para ele, o liberalismo não se preocupa com os problemas, uma vez que se propõe uma sociedade em que os problemas de sobrevivência já estejam resolvidos para todos. Para Roque Spencer, a defesa do liberalismo se resume, fundaentalmente, no ataque ao consumismo. O grande amor que Roque Spencer tem pelo conhecimento fez dele um excelente acadêmico, culto, erudito, autor de vários livros. No entanto, ao dicorrer sobre os problemas sociais tais como o analfabetismo, o desemprego, a miséria, encontra explicações e apresenta soluções que não ultrapassam o senso comum. Principais obras: Diretrizes e Bases da educação Nacional e A ilustração brasileira e a idéia de universidade (1986). HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

43. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO PASCHOAL LEMME N asceu no Rio de Janeiro colaborou em 1927 e 1930 na administração de Fernando Azevedo no Rio de Janeiro, no projeto educacional da cidade. Entre 1931 e 1935 trabalhou também com Anísio Teixeira e Lourenço Filho na direção da Instrução Pública no mesmo Estado. Em 1932, já então no Conselho Diretor da ABE (Associação Brasileira de Educação), juntamente com outros educadores e intelectuais lança o Manifesto dos Pioneiros da educação nova – um projeto de educação dirigido ao povo e ao governo, propondo um restruturação do ensino no país. Defendeu na Assembléia Constituinte de 1933-34 as idéias liberais e democráticas que procuraram assegurar ao cidadão a educação como um dever do Estado, acessível e igualitária para todos, em oposição à facção católica que procurava designar a escolha da educação à família. Com ele podemos dizer que se inicia o que chamamos de (Pensamentos pedagógicos progressistas), embora autores como Antonio Candido citem também como iniciadores dos ideais progressistas na educação Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira, que tiveram grande influência sobre Paschoal Lemme. A tese central de suas obras é que não há educação democrática a não ser em uma sociedade verdadeiramente democrática. Principais obras: A educação na URSS (1956); Problemas brasileiros de educação (1959); Educação democrática e progressista (1961); Memórias (1938, em três volumes). (1904) HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

44. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO ÁLVARO VIEIRA PINTO (1909-1987): N ascido no Rio de Janeiro, formou-se em Medicina e foi autodidata no campo da filosofia. Foi exilado em 1964. viveu no Iugoslávia e depois no Chile, onde trabalhou com Paulo Freire, fazendo conferências organizadas pelo Ministério da Educação. O pensamento pedagógico de Vieira Pinto supõe que a educação implica na modificação de personalidade e é por isso que é tão difícil aprender. Ela modifica a personalidade do educador, ao mesmo tempo que vai modificando a do aluno, e ainda que a educação reflita a totalidade cultural que a condiciona, é também um processo autogerador de cultura. Vieira Pinto morreu aos 78 anos, deixando uma herança de inúmeras obras. Principais obras: Consciência e realidade nacional ; Ideologia e desenvolvimeto nacional ; A questão da Universidade ; Sete lições sobre educação de adultos (1982); Ciência e existência . HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

45. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO PAULO FREIRE (1921-1990) Nasceu em Recife, no estado de Pernambuco, foi professor de português de 41-47, quando se formou em Direito na Universidade do Recife, sem, no entando, seguir carreira. Entre 47 e 56 foi assistente e depois diretor do Departamento de Educação e Cultura do SESI/PE, onde desenvolveu suas primeiras experiências com educação de trabalhadores e seu método que ganhou forma em 1961 com o Movimento de Cultura Popular de Recife. Entre 57 e 63 lecionou história e filosofia da educação em cursos da Universidade do Recife. Em 1963 presidiu a Comissão Nacional de Cultura Popular e coordenou o Plano Nacional de Alfabetização de Adultos, a convite do Ministério da Educação, em Brasília, no Governo de João Goulart. Foi a época do MEP (Movimento de Educação Popular). Como diretor do Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife desesnvolveu um extenso programa de educação de adultos. Em 1964 a ditadura militar obrigou-o a 15 anos de exílio. Foi para o Chile onde, até 1969, assessorou o governo democrata-cristão de Eduardo Frei em programa de educação popular. Na Suíça, com um grupo de exilados, fundou e manteve o IDAC (Instituto de Ação Cultural), assessorando governos de vários países em programas educacionais, como a Niguarágua, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau. De 72 a 74 lecionou na Universidade de Genebra. De 70 a 79, quando voltou do exílio, trabalhou no Conselho Mundial de Igrejas, sediado na Genebra (Suíça), e lecionou na Universidade Católica de São Paulo. Em 1980 recebeu o prêmio Rei Bauduíno da Bélgica e, em 1986, o Prêmio Educação para a Paz da Unesco. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

46. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO PAULO FREIRE (continuação) Foi Secretário de Educação Municipal de São Paulo (1989-1991). Em 1998, assessorou programas de pós-graduação na Pontíficia Universidade Católica de São Paulo e na Universidade Estadual de Campinas. Toda a sua obra é voltada para uma teoria do conecimento apliada à educação, sustentada por uma concepção dialética onde educador e educando aprendem juntos numa relação dinâmica na qual a prática, orientada pela teoria, reorienta essa teoria, num constante processo de constante aperfeiçamento. Paulo Freire foi considerado um dos maiores educadores, marcando o pensamento pedagógico do século XX. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi até hoje traduzida em mais de 18 línguas. Destacamos: Sua contribuição à teoria dialética do conhecimento, para a qual a melhor maneira de refletir é pensar a prática e retornar a ela para transformá-la. Portanto, pensar o concreto, a realidade, e não pensar pensamentos; A categoria pedagógica da “conscientização”, criada por ele, visando, através da educação, a formação da autonomia intelectual do cidadão para intervir sobre a realidade. Por isso, para ele, a educação não é neutra. É sempre um ato político. Principais obras: Educação como prática da Liberdade (1967), Pedagogia do Oprimido (1970), Ação cultural para a liberdade (1975), Extensão ou comunicação (1971), Educação e mudança (1979), A Importância do ato de ler (1983), A Educação na Cidade (1991), Pedagogia da Esperança (1992). HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

47. RUBEM ALVES (1933...) Nasceu em Minas Gerais. A falencia do seu pai o levou para o Rio de Janeiro e sua solidão nesta cidade o fez religioso e amante da música. Quis ser médico, pianista e teólogo. Passou por um seminário protestante, foi pastor em Lavras (MG). Fez mestrado em Nova Iorque (1962-1963) e sua volta ao Brasil em 64 o fez acreditar que seria melhor continuar estudando fora do país. Fez doutoramento em Princeton. Escreveu Da Esperança , no ponto mesmo em que a teologia da libertação estava nascendo, Tomorrow’s Child, sobre o triste destino dos dinossauros e a sobrevivência das lagartixas, para concluir que os grandes e os fortes pereceram, enquanto os mansos e fracos herdaram a terra. E ainda: O Enigma da religião ; O que é religião ; Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras . Criado numa tradição calvinista, lutou, como costuma dizer, contra as obsessões da pontualidade e trabalho, companheiros das insônias e das úlceras. Dois pequenos livros são muitos conhecidos pelos educadores brasileiros: Conversas com quem gosta de ensinar e Estórias de quem gosta de ensinar . Atualmente, além de exercer a profissão de psicanalista, escreve contos para crianças. Para Rubem Alves “é preciso reaprender a linguagem do amor, das coisas belas e das coisas boas, para que o corpo se levante e se disponha a lutar”. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

48. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO MAURÍCIO TRAGTENBERG Um dos poucos pensadores anarquistas atuais preocupados com a escola, Maurício Tragtenberg representa hoje uma importante corrente de pensamento e ação político-pedagógica cujas as raízes estão em Bakunin, Kropotkin, Malatesta e Lobrot. O pensamento de Tragtenberg na educação mostra os limites da escola como instituição disciplinadora e burocrática e as possibilidades da autogestão pedagógica como iniciação à autogestão social. A burocracia escolar é poder, represão e controle. Critica tanto países capitalistas quanto socialista que desencantaram a beleza e a riqueza do mundo e inoduziram a racionalização sem sentido humano. A burocracia perverte as relações humanas, gerando conformismo e a alienação. As propostas de Tragtenberg mostram as possibilidades de organização das lutas das classes subalternas e de participação política do trabalhador na empresa e na escola visando a reeducação dos próprios trabalhadore em geral e dos trabalhadores em educação, em particular. Principais obras: Administração, poder e ideologia (1980), Sobre Educação, política e ideologia (1982) e Burocracia e Ideologia (1974). HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

49. DERMERVAL SAVIANI (1944...) Formado em filosofia. É professor de ensino superior desde 1967. Hoje leciona filosofia da educação no mestrado e doutorado na Universidade de Campinas. Em suas obras o autor destaca a necessidade de se elaborar uma teoria educacional a partir da prática e de tal teoria ser capaz de servir de base para a construção de um sistema educacional. Realça a necessidade da atividade sistematizadora da prática educativa, referindo-se aos cinco métodos principais: lógico, científico, empírico-logístico, fenomelógico e dialético; e a diferentes correntes pedagógicas:materialismo, pragmatismo, psicologismo, naturalismo e sociologismo. Saviani acredita que, para uma reflexão ser filosófica, torna-se necessário cumprir três requisitos básicos: a radicalidade (reflexão em profundidade), o rigor (métodos determinados) e a globalidade (contexto na qual se insere). Principais obras: Educação brasileira: estrutura e sistema (1973); Educação: do senso comum à consciência filosófica (1980) e Escola e Democracia (1983). PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS – Moacir Gadotti

50. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS Moacir Gadotti

Contribuicão das Instituicões Sociais para a formacão da Personalidade

TEMA: Contribuição das Instituições Sociais para a Formação da Personalidade Humana













Docente:

dr : Filipe Angelo Chiueteca













DEPARTAMENTO DE LINGUAS













UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA

DELEGAÇÃO DA BEIRA



BEIRA

2010







Introdução

Este, e o trabalho de investigacao da Cadeira de Fundamentos de Pedagogia, dentro dele ira se tratar de contribuicoes das instituicoes sociais para a formacao da personalidade humana, interaccao com outros factores e educabilidade do homem.























































Contribuição das instituições socias para a formação da personalidade

Laços intergeracionais como desafio da Sociedade Contemporânea

Ao observarmos a necessidade sentida na sociedade contemporânea de criar, manter e reforçar

laços humanos, optámos por tentar compreender a essência desta questão. Numa consulta rápida

ao dicionário facilmente depreendemos que a palavra laço se encontra ligada a significados

como aliança, união ou vínculo, no entanto, despertou-nos a atenção o facto de encontrarmos

como primeira referência expressão “nó que se desata facilmente” (Porto Editora, 2008).

Estamos então, diante de uma palavra com um sentido ambíguo, se por um lado nos transmite

uma mensagem de aproximação/ligação, por outro, mostra-nos a fragilidade que se encontra

implícita nessa ligação. Este facto, mais do que promover a insegurança na instituição de laços,

poderia potenciar o esforço individual e social na implementação de ligações sólidas e

sustentadas.

Percepcionamos a intergeracionalidade construtiva como uma estratégia, através da qual

poderemos encontrar respostas para situações sociais problemáticas que observamos

actualmente, e prevenir muitas outras para as quais, previsivelmente, nos encaminhamos. Mais

ainda, no seguimento dos pressupostos anteriormente enunciados, trata-se de fundamentar o

valor pedagógico das práticas intergeracionais não apenas numa perspectiva de resolução de

problemas existentes mas sim de criação de situações novas, potenciadoras de diferentes

aprendizagens.

Antes de mais, torna-se fundamental definir qual a sociedade que pretendemos e quais os meios

e estratégias que estamos dispostos a colocar ao serviço desses objectivos. Se optarmos por uma

sociedade igualitária nas oportunidades e no respeito pelo outro e diferenciadora nas

necessidades e meios para chegar a cada um, então será imprescindível assentar essa sociedade

numa matriz alicerçada no conhecimento e na interacção enquanto estratégia educativa para o

desenvolvimento de competências relacionais e onde o afecto seja a essência de uma efectiva

participação (Palmeirão, 2008). Estaremos assim a ultrapassar pré-conceitos e expressões

demasiado redutoras da realidade que aqui apresentamos, valorizando a transmissão de valores,

experiências e vivências que constituem o substrato do conceito de educação intergeracional

(Ferreira, 2007).





E a Educação…

A necessidade de fortalecimento estrutural da sociedade contemporânea conduz-nos

inevitavelmente à educação, que apesar de consistir num caminho privilegiado para a mudança,

se afigura inconsistente e volúvel numa contínua mudança de políticas, em busca de soluções

imediatas e miraculosas que respondam às questões sociais, humanas e económicas da

sociedade actual. Ainda assim, a educação poderá desempenhar um papel privilegiado na

construção da Pessoa como um todo e das relações entre indivíduos, promovendo um

entendimento fundamental para um crescimento pessoal e social equilibrado. Desta forma, a

implicação directa dos diversos actores sociais na construção de um sistema de ensino que se

baseie no conceito de coesão social (Council of Europe, 2008) poderia ser um ponto de partida

para uma caminhada comum, dando resposta aos desafios impostos diariamente nas diversas

áreas.

A partida

Observamos então que existem diversas situações em que é possível promover relações

intergeracionais , que a promoção da intergeracionalidade converge no sentido da aprendizagem

permanente e continuada ao longo da vida, que a pedagogia de desenvolvimento local e

formação para o desenvolvimento se dirigem para a valorização das culturas e das experiências

próprias da comunidade e, que as práticas intergeracionais constituem uma estratégia através da

qual poderemos encontrar respostas para situações sociais.

Partindo das premissas apresentadas, definimos como questão central do estudo efectuado –

quais os conceitos e práticas de intergeracionalidade ligados à educação contemporânea?

Com a resposta a esta questão pretende-se fundamentar o valor pedagógico das práticas

intergeracionais, não apenas na resolução de problemas existentes, mas também na criação de

situações novas que potenciem aprendizagens e o desenvolvimento de competências pessoais,

assim como compreender significados e descobrir como as práticas intergeracionais contribuem

para a criação e aprofundamento de laços sociais. Estes objectivos encontram-se a ser

trabalhados tendo como preocupação de fundo dois âmbitos, a promoção da formação dos

agentes de desenvolvimento humano e a valorização do desenvolvimento pessoal e humano dos

actores envolvidos. Sustentamos que, apenas é possível tomar verdadeira consciência das

transformações que daí decorrem, ou não, e perceber a melhor forma de desenvolver estas

actividades, se tivermos um conhecimento efectivo da visão dos participantes nelas envolvidos.



O caminho

A proposta metodológica prende-se com a questão de partida definida, entendemos que este tipo

de estudo não teria sentido sem um campo empírico. Antes de mais, devido à ainda escassa

bibliografia que retracte a real importância dos laços sociais e do papel que as práticas

intergeracionais podem desempenhar nesta área, depois porque consideramos que só através da

observação prática poderemos encontrar muitas das respostas que procuramos e ao mesmo

tempo caminhar no sentido da mudança. Assim, baseando-nos nos pressupostos estabelecidos,

na questão central e nos objectivos a atingir definimos uma metodologia qualitativa para

acompanhamento dos cinco projectos intergeracionais que elegemos como significativos da

realidade contemporânea portuguesa. Procurámos, antes de mais perceber quais as instituições

que desenvolvem actividades neste âmbito. Recorremos à internet, e à informação aí disponível,

Em construção

Este projecto encontra-se numa fase acelerada da sua construção, pelo que os resultados já

obtidos nos encaminham para a construção de um projecto no campo de acção das dinâmicas

intergeracionais aplicável em contextos sociais distintos, comprovando os seus benefícios na

estruturação e consolidação de laços intergeracionais. Por outro lado, vislumbramos o tão

desejado programa de formação de formadores na área das dinâmicas intergeracionais, edificado

tendo por base a realidade contemporânea portuguesa e uma escolha consciente da participação

social activa na construção de Pessoas.















1 - OS CONCEITOS DE PERSONALIDADE

Em termos psicológicos o conceito de personalidade designa, de maneira muito geral, a unidade individual do comportamento e do seu fundamento interno, ou seja, designa a conformidade de um determinado comportamento com o seu fundamento interno, sendo este do foro individual e psicológico de um indivíduo dado. Enquanto a sociologia se ocupa da manifestação exterior da personalidade, a psicologia interessa-se mais pela relação de personalidade dentro do próprio indivíduo. Não descura, como será evidente, os aspectos em que a mesma se manifesta exteriormente, mas ao fazê-lo pretende antes observar ou analisar a conformidade existente entre aquilo que é a manifestação exterior do comportamento de um dado indivíduo e aquilo que se pensa que esse mesmo indivíduo é, em si, dentro de si.

2 - ESTUDO DA PERSONALIDADE

O objecto do estudo da personalidade é o comportamento individual e o seu fundamento interno. A comparação de indivíduos a respeito das diferenças de características que neles se podem apresentar indica o aspecto inter individual ( Eysenck, Rothacher e Guilford, vistos atrás). E a análise de um indivíduo e das suas características em tempos diferentes ou em situações diversas assinala o aspecto intra-individual do estudo da personalidade ( Murphy e Allport, vistos atrás) .

O Estudo da personalidade ocupa-se dos seguintes campos principais de problemas:

Do problema de classificação, isto é, da questão sobre quais as unidades analíticas da personalidade ( por exemplo, propriedades, atitudes, factores, hábitos, papeis ) que se podem e devem distinguir;

Do problema da integração e da dinâmica, quer dizer, da questão sobre quais os tipos de padrões de relação e de conexões que existem entre as unidades analíticas e em que medida as unidades analíticas ou o sistema individual se encontram sujeitos à constância, ou à mudança;

Do problema da análise condicional, isto é, da questão sobre quais os factores de condicionamento de que dependem as unidades analíticas ou o sistema individual e a maneira como elas se comportam sob a variação condicional metódica ( estudo experimental da personalidade).

3 - MÉTODOS DE ESTUDO DA PERSONALIDADE

O estudo da personalidade utiliza principalmente os seguintes princípios de investigação:

O princípio individualizante ( ideográfico ) tem como objecto o padrão da peculiaridade singular do indivíduo na sua totalidade; "num estudo tipicamente ideográfico investiga-se uma única pessoa ou um número muito reduzido de pessoas relativamente a múltiplas características da personalidade" (Guilford).

O princípio generalizador ( nomotético ) dirige o interesse "para um único traço essencial ou para um número relativamente pequeno de traços afim de estabelecer de que modo cada característica num número comparativamente grande de pessoas varia numa determinada situação ou nalgumas situações" (Guilford); a generalização é possível a respeito do seguinte:

1-O indivíduo como exemplar de um tipo ou como produto de uma carga de factores (classificação nomotética );

2-O indivíduo como caso de uma lei ou de um princípio de comportamento (redução nomotética).

Os aspectos individualizantes e generalizador penetram-se mutuamente nos diversos sistemas do estudo da personalidade ( Thomae).

O estudo da personalidade utiliza métodos qualitativos e quantitativos (observação, medição, experimentação). No campo da análise quantitativa da personalidade, aplicam-se sobretudo a análise de dependência e de interdependência. Por meio da análise de interdependência (correlação, análise factorial), investiga-se a interacção de duas ou mais características (Mittenecker).



4 - A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE OU PERSONALIZAÇÃO

Dentro de todos os conceitos da personalidade que temos referido até agora, incluindo aqueles que ainda que em termos formais admitem a personalidade como um dado adquirido desde o nascimento como é o caso do conceito jurídico actual, existe, um ponto comum que é a aceitação da variante da personalização. Ou seja, ainda que se determine a existência de personalidade em tempos distinta, todos as correntes estão de acordo em que ela não é um dado estático, ou seja, aceitam que a personalidade se forma, se transforma, se modifica. É nesta perspectiva que inserimos a formação da personalidade, não como uma partida do zero absoluto, mas como uma modificação (no tempo ou em situações diferentes) daquilo que é em determinado momento.

Por personalização entende-se aquele factor condicionante da organização e modificação do indivíduo, que se revela especialmente " como autoformação e auto controlo das estruturas impulsivas e como retroacção interpretativa, coordenadora e responsavelmente configuradora do indivíduo sobre os factores sociedade e cultura" ( Wurzbacher). O processo de personalização, ou de formação da personalidade, está em íntima relação com o modelo evolutivo da configuração activa ( Höhn).

Abrange este processo os "modos de conduta da retroacção responsavelmente configuradora, da integração autêntica ou rejeição de normas contraditórias ou regulações despersonalizadoras de comportamento, da modificação criadora ou destruidora activa de relações sociais ou normas sociais". (Scharmann). O esforço pela formação e configuração da própria personalidade, bem como a tendência de actuar de maneira construtiva e transformadora sobre a sociedade e cultura, começa na puberdade; enquanto tarefa, que certamente não é desempenhada por todos os indivíduos, mostra-se eficiente ao longo de toda a vida do adulto.









5- A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA E A PERSONALIDADE

Lord Chesterfield parece ter afirmado: "Antes de casar, tinha seis teorias sobre a educação dos filhos; agora tenho seis filhos e nenhuma teoria". A despeito desta frustração de Lord Chesterfield, e de muitos outros, continua a procurar-se constantemente o método genuíno de educação das crianças. A história das práticas de educação das crianças é fértil em perspectivas bastante singulares. Theodore Roosevelt insistiu no treino rigoroso e no vigor físico, aconselhou a disciplina e um mínimo de carinhos. John B. Watson (um dos primeiros psicólogos a estabelecer directivas para a formação de crianças) acreditava que estas deveriam tornar-se independentes e para tal recomendou que fossem tratadas como adultos em miniatura - deveriam ser alimentadas segundo um horário rígido e não serem embaladas quando chorassem.

A psicologia freudiana fez surgir o receio de que uma disciplina severa pudesse perturbar o desenvolvimento emotivo da criança, dando origem a um adulto nevrótico. A educação progressista, sublinhando a aprendizagem através da experimentação e a prática num ambiente favorável, opôs-se à aprendizagem excessivamente restritiva, prescrevendo que às crianças deveria dar-se liberdade de exploração. Arnold Gesell, através da observação do comportamento de crianças, minimizou a importância da intervenção dos pais na educação das crianças. Estas dispõem de potencialidades inatas que influenciam a inteligência e a personalidade. O ensino poderia regular estas capacidades mas não eliminá-las. A criança passa através de estádios regulares de desenvolvimento, durante os quais se observam determinados tipos de comportamento que desaparecerão mais tarde.

Benjamim Spock, a partir de Freud, pensava que a inibição sexual e a hostilidade em relação à criança faziam surgir nevroses na vida posterior. Sublinhou a importância de as crianças amarem em vez de temerem os pais. Proclamou flexibilidade na educação das crianças num ambiente familiar de relaxamento. Posteriormente chegou à conclusão de que alguma permissividade por ele preconizada na educação das crianças era entendida como submissão parental e incitou os pais a reconhecerem a necessidade de uma orientação firme. Aceitou também posteriormente que a hostilidade que tinha dito não dever ser inibida o deveria ser, pelo menos regulada, aceitando que o jogo violento podia ser prejudicial.

A proposição mais aceitável é que, à medida que a criança se desenvolve, a sua personalidade é moldada por numerosas experiências numa diversidade de situações, em que o diverso da própria criança não é mero espectador passivo, resultando que a sua personalidade é formada por uma acumulação lenta e gradual de experiências e de formas próprias de analisar essas experiências em muitos tipos de situações.

6 - INTERPRETAÇÕES TEÓRICAS DA PERSONALIDADE

Não existe só uma maneira correcta de investigação da personalidade. Os psicólogos abordaram o assunto de uma de duas maneiras características, reflectindo assim as duas tarefas principais associadas à compreensão da personalidade: uma delas consiste em descobrir como se desenvolve a personalidade; a outra em inventar métodos de medida da mesma. Pode argumentar-se que antes de podermos compreender como se desenvolve a personalidade temos, primeiro, de dispor de métodos de medida das modificações que nela ocorrem. Ao mesmo tempo, antes de podermos medir a personalidade, temos de conhecer algo mais acerca de como se desenvolve e acerca de como ela se modifica com a experiência. Embora estas duas estratégias de investigação da personalidade não precisem e, talvez, não devam ser mutuamente exclusivas, elas foram em geral tratadas como tais.

As tentativas de formulação de teorias do desenvolvimento da personalidade precederam historicamente os esforços de medição da mesma. Contudo, e por uma questão de ordenação da apresentação deste trabalho, já descrevemos de uma forma resumida alguns destes aspectos, ainda que os tenhamos enunciado de uma forma mais sintética e dirigida para a enunciação dos diversos capítulos anteriores, sem a existência dos quais, aliás, dificilmente poderíamos ter iniciado este trabalho. Ao longo deste trabalho já referimos, assim, parte da teoria da personalidade que se pode enquadrar como uma interpretação teórica da personalidade que iremos tratar neste capítulo, incluindo a referência a esforços de medição da mesma. Não se trata, como é evidente, de uma repetição, uma vez que as questões são analisadas segundo perspectivas diferentes.





Os pais Influenciam

A influência deles no desenvolvimento da personalidade é imprevisível. Os pais "são os primeiros a conter o que há de animal em nós, nos ensinando a controlar desejos em nome de regras morais, castigos e convenções da civilização". "As noções de pecado e culpa são transmitidas pelos pais e podem ser a causa de vários dos nossos problemas. Do conflito entre os nossos desejos e culpas, sairiam traços de personalidade, recalques inconscientes e fraquezas que nos acompanham vida afora". "As sinapses cerebrais são construídas a partir das relações externas. Sem interacção com o outro não há personalidade". Apesar da forte ligação existente entre os pais e as crianças, principalmente nos primeiros anos de vida, não há comprovação estatística a respeito do desenvolvimento da personalidade dos filhos em relação ao modo como foi educado.



Falando-se em gagueira, como as crianças aprendem com os pais as convenções da civilização, quando a criança é criticada, chamada de gaga, corrigida, solicitada para falar mais devagar/com calma, entre outras coisas , então elas começam a perceber que o seu modo de falar não é o idealizado pela sociedade. Aquela fala com repetições e com prolongamentos não é aceita. Esse valor será percebido pela criança, que começa a fazer o que deveria ser espontâneo, através de tentativas para falar bem, para falar de um modo que seja aceito pelo outro. Já falei nas postagens anterior mais recentes, o que ocorre quando tenta-se algo que deveria ser espontâneo.





As Amizades Influenciam

••A influência dos amigos são muito maior do que se imagina. Judith Rich Harris (no livro Diga-me Com Quem Anda...) afirma que as relações da criança com amigos da escola e da vizinhança "são o grande definidor da personalidade adulta". É mais importante do que o convívio com os pais. "A identificação com um grupo, e a aceitação ou rejeição por parte do grupo, é que deixam marcas permanentes na personalidade", afirma Judith Harris.



Em relação à gagueira, acredito que este seja um grande tema para ser estudado. Qual a maior influência no surgimento e manutenção da gagueira, a dos pais ou dos amigos? O grau de "responsabilidade" que cada um desses possui ainda não se sabe. Sabe-se que influenciam! Para uma criança em idade escolar, é muito difícil e aterrador conviver com risos e chacotas oriundos de seus pares. Ser rejeitado deixará marcas permanentes na memória dessa criança. A sua imagem estará relacionada a alguém "que não fala direito", "gago", "que deseja fala bem para ser aceito socialmente". Segundo Friedman (no livro Gagueira: origem e tratamento), as experiências interpessoais que veiculam uma "ideologia do bem falar" podem colocar a fala dentro de um padrão subjetivo paradoxal, onde o indivíduo vê-se como um mau falante e tenta falar bem. "O falar fica associado à expectativas e emoções negativas, que por sua vez determinam alterações, isto é tensões, na produção articulatória", afirma Friedman. As risadas, entendidas como elementos de rejeição, estarão sempre no subconsciente do indivíduo mesmo já adulto.







Papel Social como personalidade

Este tipo de avaliação sobre a personalidade observa o papel das atitudes e comportamentos da pessoa inserida na estrutura social a qual pertence. As pessoas tendem adaptar-se aos papeis sociais a elas designados buscando satisfazer a expectativa que o sistema tem sobre tais “personagens”. As pessoas que encontram um padre pela frente têm expectativas comuns sobre como ele dever se comportar, da mesma forma que o doente tem expectativas diante de seu médico e este diante de seus clientes e assim por diante.

Todos desempenham muitos papeis sociais, cada um a seu tempo. Papel de criança pré-escolar, de criança escolar, de universitário, de enamorado, de profissional, de traído, de cúmplice, etc. Há papeis de pai, de filho, de chefe, de subalterno, enfim, estamos sempre a desempenhar algum papel social. Às vezes temos que desempenhar vários papéis sociais ao longo do dia. Jung chama de Persona esta nossa apresentação social.A palavra persona, de origem grega, significa máscara, ou seja, caracteriza a maneira pela qual o indivíduo vai se apresentar no palco da vida em sociedade. Portanto, diante do palco existencial cada um de nós ostenta sua persona, mas há,porém, uma respeitável distância entre o papel social do indivíduo e aquilo que ele realmente é, ou entre aquilo que ele pensa ou pensam que é e aquilo que ele é de fato.























Conclusão

Na investigacao deste trabalho nao foi facil pois ele nao estava disponivel nas bibliotecas e apenas conseguimos o seu encontro na internet o que nos tornou dificel a sua compreensao clara Segundo (Baptista, 2008, p.22). A pedagogia social facilita e promove a inclusão social,

a cooperação e a solidariedade.

(Palmeirão, 2008) numa perspectiva de life wide learning orientada por objectivos de promoção de dignidade humana e coesão social.



















































Bibliografia



Delors, J. (1996). Educação um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão

Internacional sobre educação para o século XXI. Porto: Edições Asa.

Bauman, Z. (2006). Amor Líquido – Sobre a fragilidade dos laços humanos. Lisboa: Relógio

d’Água.

Balsa, C. (2006). Confiança e Laço Social. Lisboa: Edições Colibri.

Carvalho, A. (1994). Utopia e Educação. Porto: Porto Editora.

Baptista, I. (2008). Pedagogia Social: Uma ciência, um saber profissional, uma filosofia de

acção. Cadernos de Pedagogia Social 2. Lisboa: Universidade Católica Editora. 7-30.

Palmeirão, C. (2008). A Educação Intergeracional no horizonte da Educação Social:

compromisso do nosso tempo. Cadernos de Pedagogia Social 2. Lisboa: Universidade Católica

Editora. 81-100.

Gómez, J. (et all). (2007). Educação e Desenvolvimento Comunitário Local. Porto: Profedições.

Carvalho, A. & Baptista, I. (2004). Educação Social – Fundamentos e Estratégias. Porto: Porto

Editora.

Desenvolvimento Psico-sexual na Concepcão de Wallon

DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL






1. SEXUALIDADE E LIBIDO



• Libido : é uma fonte original de energia afetiva que mobiliza o organismo na perseguição de seus objetivos



• A libido sofre progressivas organizações durante o desenvolvimento, em torno de zonas erógenas corporais



• Uma fase de desenvolvimento é uma organização da libido em torno de uma zona erógena, dando uma fantasia básica e um tipo de relação de objeto



• A libido é uma energia voltada para a obtenção de prazer



• É uma energia sexual no sentido de que toda busca por afeto ou prazer é erótica ou sexual



• Há uma tendência natural para o desenvolvimento sucessivo das fases



• Caso surja uma angustia muito forte num dado momento da evolução, como resultado do temor de se ligar a um objeto, cria-se um ponto de fixação



• A fixação é um momento no processo evolutivo onde paramos, por não poder satisfazer um desejo



• O ego se torna mais frágil



• Se a angústia for muito forte, ocorre a regressão



• A neurose é definida por Freud como um infantilismo psíquico





2. FASES DE DESENVOLVIMENTO



2.1. Fase oral



• Ao nascer, o bebê perde a relação simbiótica que possuía com a mãe



• A criança inicia sua adaptação ao meio



• Respirar marca o ponto inicial da independência humana



• A luta inicial é pela manutenção do equilíbrio homeostático



• Ao nascer, a estrutura inicial mais desenvolvida é a boca



• É pela boca que o bebê começara a provar e conhecer o mundo



• A primeira e mais importante descoberta afetiva: o seio



• O seio é o depositário de seus primeiros amores e ódios



• Neste momento o bebê ama pela boca e a mãe ama pelo seio



• A libido está organizada em torno da zona oral e o tipo de relação será a incorporação



• A criança incorpora o leite e o seio e sente ter a mãe dentro de si



• Resquícios nos comportamentos adultos: o canibalismo e a comunhão











3. Fase anal



• No segundo ano de vida, a libido passa da organização oral para a anal



• No segundo e terceiro anos de vida, dá-se a maturação do controle muscular na criança



• É o período em que se inicia o andar, o falar e em que se estabelece o controle dos esfincteres



• Desenvolve-se o sentimento de que a criança tem coisas suas, coisas que ela produz e pode ofertar ou negar ao mundo



• A libido passa a organizar-se sobre a zona erógena anal



• A fantasia básica será ligada ao valor simbólico das fezes



• As relações serão estabelecidas em termos de projeção ou controle



3.1. O valor simbólico dos produtos anais



• Quando a criança ama e sente que é amada pelos mais, cada elemento que a criança produz é sentido como bom e valorizado



• A criança sente-se livre e estimulada a produzir



• Caso as relações de angústia predominem sobre as relações de amor, os primeiros produtos infantis passam a ser armas destrutivas que agridem o mundo



4. Fase fálica



• Por volta dos três anos de idade, a libido passa a se organizar sobre os genitais



• Desenvolve-se o interesse infantil pelos genitais



• A masturbação torna-se frequente e normal



• A preocupação com as diferenças sexuais contaminam até a percepção dos objetos



• A discriminação entre os sexos se dá pela presença ou ausência do pênis



• A vagina é ainda desconhecida



• A erotização dos genitais traz a fantasia de meninos e meninas serem possuidores de um pênis



• A tarefa básica deste momento consiste em organizar os modelos de relação entre o homem e a mulher



• Forma-se na criança uma espécie de busca de prazer junto ao sexo oposto



• É aprendendo a amar em casa que a criança se tornará o adulto capaz de amar fora



• Se aprender a amar é uma relação positiva, o amor incestuoso é uma relação proibida



• O esquema repressor é desencadeado com a entrada do pai em cena



• O pai coloca-se como um interceptor entre o filho e a mãe



• O menino mescla sentimentos de amor e ódio pelo pai



• A criança configura o desejo de eliminar aquele que lhe impede o acesso a mãe – Complexo de Édipo



• O menino teme ser castrado pelo pai, como punição, e é obrigado a reprimir a atração sentida pela mãe



• Com esta repressão fica encerrada a etapa fálica infantil, mas o modelo de busca de um amor heterossexual foi estabelecido





5. Período de latência



• Com a repressão do Édipo, a libido fica deslocada de seus objetivos sexuais



• A energia sexual reprimida não pode ser eliminada



• É canalizada para o desenvolvimento intelectual e social da criança através da sublimação



• É um período intermediário entre a genitalidade infantil e a adulta



• Não há nova organização de zona erógena





















6. Fase genital





• Alcançar a fase genital constitui atingir o pleno desenvolvimento do adulto normal



• Aprendeu a amar, trabalhar e competir



• Discriminou seu papel sexual



• Desenvolveu-se intelectual e socialmente



• É capaz de amar num sentido genital amplo e de definir um vínculo heterossexual significativo e duradouro



• Sua capacidade orgástica é plena e ligada a capacidade de amar



• A procriação é finalidade da vida e os filhos fonte de prazer

Pensamento Pedagógico para o Terceiro Mundo- Visões de Bordieu e Giroux

Introdução


Este, e o trabalho de investigacao da Cadeira de Fundamentos de Pedagogia, dentro dele ira se tratar de contribuicoes das instituicoes sociais para a formacao da personalidade humana, interaccao com outros factores e educabilidade do homem.





























































Contribuição das instituições socias para a formação da personalidade

Laços intergeracionais como desafio da Sociedade Contemporânea

Ao observarmos a necessidade sentida na sociedade contemporânea de criar, manter e reforçar

laços humanos, optámos por tentar compreender a essência desta questão. Numa consulta rápida

ao dicionário facilmente depreendemos que a palavra laço se encontra ligada a significados

como aliança, união ou vínculo, no entanto, despertou-nos a atenção o facto de encontrarmos

como primeira referência expressão “nó que se desata facilmente” (Porto Editora, 2008).

Estamos então, diante de uma palavra com um sentido ambíguo, se por um lado nos transmite

uma mensagem de aproximação/ligação, por outro, mostra-nos a fragilidade que se encontra

implícita nessa ligação. Este facto, mais do que promover a insegurança na instituição de laços,

poderia potenciar o esforço individual e social na implementação de ligações sólidas e

sustentadas.

Percepcionamos a intergeracionalidade construtiva como uma estratégia, através da qual

poderemos encontrar respostas para situações sociais problemáticas que observamos

actualmente, e prevenir muitas outras para as quais, previsivelmente, nos encaminhamos. Mais

ainda, no seguimento dos pressupostos anteriormente enunciados, trata-se de fundamentar o

valor pedagógico das práticas intergeracionais não apenas numa perspectiva de resolução de

problemas existentes mas sim de criação de situações novas, potenciadoras de diferentes

aprendizagens.

Antes de mais, torna-se fundamental definir qual a sociedade que pretendemos e quais os meios

e estratégias que estamos dispostos a colocar ao serviço desses objectivos. Se optarmos por uma

sociedade igualitária nas oportunidades e no respeito pelo outro e diferenciadora nas

necessidades e meios para chegar a cada um, então será imprescindível assentar essa sociedade

numa matriz alicerçada no conhecimento e na interacção enquanto estratégia educativa para o

desenvolvimento de competências relacionais e onde o afecto seja a essência de uma efectiva

participação (Palmeirão, 2008). Estaremos assim a ultrapassar pré-conceitos e expressões

demasiado redutoras da realidade que aqui apresentamos, valorizando a transmissão de valores,

experiências e vivências que constituem o substrato do conceito de educação intergeracional

(Ferreira, 2007).



E a Educação…

A necessidade de fortalecimento estrutural da sociedade contemporânea conduz-nos

inevitavelmente à educação, que apesar de consistir num caminho privilegiado para a mudança,

se afigura inconsistente e volúvel numa contínua mudança de políticas, em busca de soluções

imediatas e miraculosas que respondam às questões sociais, humanas e económicas da

sociedade actual. Ainda assim, a educação poderá desempenhar um papel privilegiado na

construção da Pessoa como um todo e das relações entre indivíduos, promovendo um

entendimento fundamental para um crescimento pessoal e social equilibrado. Desta forma, a

implicação directa dos diversos actores sociais na construção de um sistema de ensino que se

baseie no conceito de coesão social (Council of Europe, 2008) poderia ser um ponto de partida

para uma caminhada comum, dando resposta aos desafios impostos diariamente nas diversas

áreas.

A partida

Observamos então que existem diversas situações em que é possível promover relações

intergeracionais , que a promoção da intergeracionalidade converge no sentido da aprendizagem

permanente e continuada ao longo da vida, que a pedagogia de desenvolvimento local e

formação para o desenvolvimento se dirigem para a valorização das culturas e das experiências

próprias da comunidade e, que as práticas intergeracionais constituem uma estratégia através da

qual poderemos encontrar respostas para situações sociais.

Partindo das premissas apresentadas, definimos como questão central do estudo efectuado –

quais os conceitos e práticas de intergeracionalidade ligados à educação contemporânea?

Com a resposta a esta questão pretende-se fundamentar o valor pedagógico das práticas

intergeracionais, não apenas na resolução de problemas existentes, mas também na criação de

situações novas que potenciem aprendizagens e o desenvolvimento de competências pessoais,

assim como compreender significados e descobrir como as práticas intergeracionais contribuem

para a criação e aprofundamento de laços sociais. Estes objectivos encontram-se a ser

trabalhados tendo como preocupação de fundo dois âmbitos, a promoção da formação dos

agentes de desenvolvimento humano e a valorização do desenvolvimento pessoal e humano dos

actores envolvidos. Sustentamos que, apenas é possível tomar verdadeira consciência das

transformações que daí decorrem, ou não, e perceber a melhor forma de desenvolver estas

actividades, se tivermos um conhecimento efectivo da visão dos participantes nelas envolvidos.



O caminho

A proposta metodológica prende-se com a questão de partida definida, entendemos que este tipo

de estudo não teria sentido sem um campo empírico. Antes de mais, devido à ainda escassa

bibliografia que retracte a real importância dos laços sociais e do papel que as práticas

intergeracionais podem desempenhar nesta área, depois porque consideramos que só através da

observação prática poderemos encontrar muitas das respostas que procuramos e ao mesmo

tempo caminhar no sentido da mudança. Assim, baseando-nos nos pressupostos estabelecidos,

na questão central e nos objectivos a atingir definimos uma metodologia qualitativa para

acompanhamento dos cinco projectos intergeracionais que elegemos como significativos da

realidade contemporânea portuguesa. Procurámos, antes de mais perceber quais as instituições

que desenvolvem actividades neste âmbito. Recorremos à internet, e à informação aí disponível,

Em construção

Este projecto encontra-se numa fase acelerada da sua construção, pelo que os resultados já

obtidos nos encaminham para a construção de um projecto no campo de acção das dinâmicas

intergeracionais aplicável em contextos sociais distintos, comprovando os seus benefícios na

estruturação e consolidação de laços intergeracionais. Por outro lado, vislumbramos o tão

desejado programa de formação de formadores na área das dinâmicas intergeracionais, edificado

tendo por base a realidade contemporânea portuguesa e uma escolha consciente da participação

social activa na construção de Pessoas.





1- OS CONCEITOS DE PERSONALIDADE

Em termos psicológicos o conceito de personalidade designa, de maneira muito geral, a unidade individual do comportamento e do seu fundamento interno, ou seja, designa a conformidade de um determinado comportamento com o seu fundamento interno, sendo este do foro individual e psicológico de um indivíduo dado. Enquanto a sociologia se ocupa da manifestação exterior da personalidade, a psicologia interessa-se mais pela relação de personalidade dentro do próprio indivíduo. Não descura, como será evidente, os aspectos em que a mesma se manifesta exteriormente, mas ao fazê-lo pretende antes observar ou analisar a conformidade existente entre aquilo que é a manifestação exterior do comportamento de um dado indivíduo e aquilo que se pensa que esse mesmo indivíduo é, em si, dentro de si.

2-ESTUDO DA PERSONALIDADE

O objecto do estudo da personalidade é o comportamento individual e o seu fundamento interno. A comparação de indivíduos a respeito das diferenças de características que neles se podem apresentar indica o aspecto inter individual ( Eysenck, Rothacher e Guilford, vistos atrás). E a análise de um indivíduo e das suas características em tempos diferentes ou em situações diversas assinala o aspecto intra-individual do estudo da personalidade ( Murphy e Allport, vistos atrás) .

O Estudo da personalidade ocupa-se dos seguintes campos principais de problemas:

Do problema de classificação, isto é, da questão sobre quais as unidades analíticas da personalidade ( por exemplo, propriedades, atitudes, factores, hábitos, papeis ) que se podem e devem distinguir;

Do problema da integração e da dinâmica, quer dizer, da questão sobre quais os tipos de padrões de relação e de conexões que existem entre as unidades analíticas e em que medida as unidades analíticas ou o sistema individual se encontram sujeitos à constância, ou à mudança;

Do problema da análise condicional, isto é, da questão sobre quais os factores de condicionamento de que dependem as unidades analíticas ou o sistema individual e a maneira como elas se comportam sob a variação condicional metódica ( estudo experimental da personalidade).

4-MÉTODOS DE ESTUDO DA PERSONALIDADE

O estudo da personalidade utiliza principalmente os seguintes princípios de investigação:

O princípio individualizante ( ideográfico ) tem como objecto o padrão da peculiaridade singular do indivíduo na sua totalidade; "num estudo tipicamente ideográfico investiga-se uma única pessoa ou um número muito reduzido de pessoas relativamente a múltiplas características da personalidade" (Guilford)

O princípio generalizador ( nomotético ) dirige o interesse "para um único traço essencial ou para um número relativamente pequeno de traços afim de estabelecer de que modo cada característica num número comparativamente grande de pessoas varia numa determinada situação ou nalgumas situações" (Guilford); a generalização é possível a respeito do seguinte:

1-O indivíduo como exemplar de um tipo ou como produto de uma carga de factores (classificação nomotética );

2-O indivíduo como caso de uma lei ou de um princípio de comportamento (redução nomotética).

Os aspectos individualizantes e generalizador penetram-se mutuamente nos diversos sistemas do estudo da personalidade ( Thomae).

O estudo da personalidade utiliza métodos qualitativos e quantitativos (observação, medição, experimentação). No campo da análise quantitativa da personalidade, aplicam-se sobretudo a análise de dependência e de interdependência. Por meio da análise de interdependência (correlação, análise factorial), investiga-se a interacção de duas ou mais características (Mittenecker).



5-A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE OU PERSONALIZAÇÃO

Dentro de todos os conceitos da personalidade que temos referido até agora, incluindo aqueles que ainda que em termos formais admitem a personalidade como um dado adquirido desde o nascimento como é o caso do conceito jurídico actual, existe, um ponto comum que é a aceitação da variante da personalização. Ou seja, ainda que se determine a existência de personalidade em tempos distinta, todos as correntes estão de acordo em que ela não é um dado estático, ou seja, aceitam que a personalidade se forma, se transforma, se modifica. É nesta perspectiva que inserimos a formação da personalidade, não como uma partida do zero absoluto, mas como uma modificação (no tempo ou em situações diferentes) daquilo que é em determinado momento.

Por personalização entende-se aquele factor condicionante da organização e modificação do indivíduo, que se revela especialmente " como autoformação e auto controlo das estruturas impulsivas e como retroacção interpretativa, coordenadora e responsavelmente configuradora do indivíduo sobre os factores sociedade e cultura" ( Wurzbacher). O processo de personalização, ou de formação da personalidade, está em íntima relação com o modelo evolutivo da configuração activa ( Höhn).

Abrange este processo os "modos de conduta da retroacção responsavelmente configuradora, da integração autêntica ou rejeição de normas contraditórias ou regulações despersonalizadoras de comportamento, da modificação criadora ou destruidora activa de relações sociais ou normas sociais". (Scharmann). O esforço pela formação e configuração da própria personalidade, bem como a tendência de actuar de maneira construtiva e transformadora sobre a sociedade e cultura, começa na puberdade; enquanto tarefa, que certamente não é desempenhada por todos os indivíduos, mostra-se eficiente ao longo de toda a vida do adulto.



6-A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA E A PERSONALIDADE

Lord Chesterfield parece ter afirmado: "Antes de casar, tinha seis teorias sobre a educação dos filhos; agora tenho seis filhos e nenhuma teoria". A despeito desta frustração de Lord Chesterfield, e de muitos outros, continua a procurar-se constantemente o método genuíno de educação das crianças. A história das práticas de educação das crianças é fértil em perspectivas bastante singulares. Theodore Roosevelt insistiu no treino rigoroso e no vigor físico, aconselhou a disciplina e um mínimo de carinhos. John B. Watson (um dos primeiros psicólogos a estabelecer directivas para a formação de crianças) acreditava que estas deveriam tornar-se independentes e para tal recomendou que fossem tratadas como adultos em miniatura - deveriam ser alimentadas segundo um horário rígido e não serem embaladas quando chorassem.

A psicologia freudiana fez surgir o receio de que uma disciplina severa pudesse perturbar o desenvolvimento emotivo da criança, dando origem a um adulto nevrótico. A educação progressista, sublinhando a aprendizagem através da experimentação e a prática num ambiente favorável, opôs-se à aprendizagem excessivamente restritiva, prescrevendo que às crianças deveria dar-se liberdade de exploração. Arnold Gesell, através da observação do comportamento de crianças, minimizou a importância da intervenção dos pais na educação das crianças. Estas dispõem de potencialidades inatas que influenciam a inteligência e a personalidade. O ensino poderia regular estas capacidades mas não eliminá-las. A criança passa através de estádios regulares de desenvolvimento, durante os quais se observam determinados tipos de comportamento que desaparecerão mais tarde.

Benjamim Spock, a partir de Freud, pensava que a inibição sexual e a hostilidade em relação à criança faziam surgir nevroses na vida posterior. Sublinhou a importância de as crianças amarem em vez de temerem os pais. Proclamou flexibilidade na educação das crianças num ambiente familiar de relaxamento. Posteriormente chegou à conclusão de que alguma permissividade por ele preconizada na educação das crianças era entendida como submissão parental e incitou os pais a reconhecerem a necessidade de uma orientação firme. Aceitou também posteriormente que a hostilidade que tinha dito não dever ser inibida o deveria ser, pelo menos regulada, aceitando que o jogo violento podia ser prejudicial.

A proposição mais aceitável é que, à medida que a criança se desenvolve, a sua personalidade é moldada por numerosas experiências numa diversidade de situações, em que o diverso da própria criança não é mero espectador passivo, resultando que a sua personalidade é formada por uma acumulação lenta e gradual de experiências e de formas próprias de analisar essas experiências em muitos tipos de situações.

7-INTERPRETAÇÕES TEÓRICAS DA PERSONALIDADE

Não existe só uma maneira correcta de investigação da personalidade. Os psicólogos abordaram o assunto de uma de duas maneiras características, reflectindo assim as duas tarefas principais associadas à compreensão da personalidade: uma delas consiste em descobrir como se desenvolve a personalidade; a outra em inventar métodos de medida da mesma. Pode argumentar-se que antes de podermos compreender como se desenvolve a personalidade temos, primeiro, de dispor de métodos de medida das modificações que nela ocorrem. Ao mesmo tempo, antes de podermos medir a personalidade, temos de conhecer algo mais acerca de como se desenvolve e acerca de como ela se modifica com a experiência. Embora estas duas estratégias de investigação da personalidade não precisem e, talvez, não devam ser mutuamente exclusivas, elas foram em geral tratadas como tais.

As tentativas de formulação de teorias do desenvolvimento da personalidade precederam historicamente os esforços de medição da mesma. Contudo, e por uma questão de ordenação da apresentação deste trabalho, já descrevemos de uma forma resumida alguns destes aspectos, ainda que os tenhamos enunciado de uma forma mais sintética e dirigida para a enunciação dos diversos capítulos anteriores, sem a existência dos quais, aliás, dificilmente poderíamos ter iniciado este trabalho. Ao longo deste trabalho já referimos, assim, parte da teoria da personalidade que se pode enquadrar como uma interpretação teórica da personalidade que iremos tratar neste capítulo, incluindo a referência a esforços de medição da mesma. Não se trata, como é evidente, de uma repetição, uma vez que as questões são analisadas segundo perspectivas diferentes.





Os pais Influenciam

A influência deles no desenvolvimento da personalidade é imprevisível. Os pais "são os primeiros a conter o que há de animal em nós, nos ensinando a controlar desejos em nome de regras morais, castigos e convenções da civilização". "As noções de pecado e culpa são transmitidas pelos pais e podem ser a causa de vários dos nossos problemas. Do conflito entre os nossos desejos e culpas, sairiam traços de personalidade, recalques inconscientes e fraquezas que nos acompanham vida afora". "As sinapses cerebrais são construídas a partir das relações externas. Sem interacção com o outro não há personalidade". Apesar da forte ligação existente entre os pais e as crianças, principalmente nos primeiros anos de vida, não há comprovação estatística a respeito do desenvolvimento da personalidade dos filhos em relação ao modo como foi educado.



Falando-se em gagueira, como as crianças aprendem com os pais as convenções da civilização, quando a criança é criticada, chamada de gaga, corrigida, solicitada para falar mais devagar/com calma, entre outras coisas , então elas começam a perceber que o seu modo de falar não é o idealizado pela sociedade. Aquela fala com repetições e com prolongamentos não é aceita. Esse valor será percebido pela criança, que começa a fazer o que deveria ser espontâneo, através de tentativas para falar bem, para falar de um modo que seja aceito pelo outro. Já falei nas postagens anterior mais recentes, o que ocorre quando tenta-se algo que deveria ser espontâneo.









As Amizades Influenciam

••A influência dos amigos são muito maior do que se imagina. Judith Rich Harris (no livro Diga-me Com Quem Anda...) afirma que as relações da criança com amigos da escola e da vizinhança "são o grande definidor da personalidade adulta". É mais importante do que o convívio com os pais. "A identificação com um grupo, e a aceitação ou rejeição por parte do grupo, é que deixam marcas permanentes na personalidade", afirma Judith Harris.



Em relação à gagueira, acredito que este seja um grande tema para ser estudado. Qual a maior influência no surgimento e manutenção da gagueira, a dos pais ou dos amigos? O grau de "responsabilidade" que cada um desses possui ainda não se sabe. Sabe-se que influenciam! Para uma criança em idade escolar, é muito difícil e aterrador conviver com risos e chacotas oriundos de seus pares. Ser rejeitado deixará marcas permanentes na memória dessa criança. A sua imagem estará relacionada a alguém "que não fala direito", "gago", "que deseja fala bem para ser aceito socialmente". Segundo Friedman (no livro Gagueira: origem e tratamento), as experiências interpessoais que veiculam uma "ideologia do bem falar" podem colocar a fala dentro de um padrão subjetivo paradoxal, onde o indivíduo vê-se como um mau falante e tenta falar bem. "O falar fica associado à expectativas e emoções negativas, que por sua vez determinam alterações, isto é tensões, na produção articulatória", afirma Friedman. As risadas, entendidas como elementos de rejeição, estarão sempre no subconsciente do indivíduo mesmo já adulto.



Papel Social como personalidade

Este tipo de avaliação sobre a personalidade observa o papel das atitudes e comportamentos da pessoa inserida na estrutura social a qual pertence. As pessoas tendem adaptar-se aos papeis sociais a elas designados buscando satisfazer a expectativa que o sistema tem sobre tais “personagens”. As pessoas que encontram um padre pela frente têm expectativas comuns sobre como ele dever se comportar, da mesma forma que o doente tem expectativas diante de seu médico e este diante de seus clientes e assim por diante.

Todos desempenham muitos papeis sociais, cada um a seu tempo. Papel de criança pré-escolar, de criança escolar, de universitário, de enamorado, de profissional, de traído, de cúmplice, etc. Há papeis de pai, de filho, de chefe, de subalterno, enfim, estamos sempre a desempenhar algum papel social. Às vezes temos que desempenhar vários papéis sociais ao longo do dia. Jung chama de Persona esta nossa apresentação social.A palavra persona, de origem grega, significa máscara, ou seja, caracteriza a maneira pela qual o indivíduo vai se apresentar no palco da vida em sociedade. Portanto, diante do palco existencial cada um de nós ostenta sua persona, mas há,porém, uma respeitável distância entre o papel social do indivíduo e aquilo que ele realmente é, ou entre aquilo que ele pensa ou pensam que é e aquilo que ele é de fato.



Conclusao

Na investigacao deste trabalho nao foi facil pois ele nao estava disponivel nas bibliotecas e apenas conseguimos o seu encontro na internet o que nos tornou dificel a sua compreensao clara .























































Bibliografia

www.trenz.com